Radio Evangélica

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Comemorar a consciência negra ou a abolição da escravatura? Qual a forma ideal?

No dia 20 de Novembro, comemora-se o dia da consciência negra. Dia esse que é aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, que foi morto em 20 de novembro de 1695. Zumbi dos Palmares é intitulado como ícone de luta contra a escravidão, mas ele nunca lutou contra a escravidão coletiva, sua luta era contra a sua escravidão individual e se tratava de um negro escravista.
“Faz parte da propaganda de certos movimentos negros exaltar a figura de Zumbi como libertador dos escravos. Ora, a ascensão dele se deu após o assassinato do tio: “Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo”. (Edison Carneiro, O Quilombo dos Palmares, Ed. Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35)
Carneiro confirma o governo despótico de Zumbi: “Nina Rodrigues esclarece que nos Palmares havia ‘um governo central despótico’ semelhante aos da África na ocasião”. (idem, p. 4) Não havia liberdade para sair: “Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo”. (idem, p. 4)
Zumbi não tinha pretensões de libertar os escravos – maior mercadoria da África – e mantinha os costumes ali vigentes pelos quais algumas etnias escravizavam os seus inimigos. “
O que realmente deve ser lembrado não como o dia da Consciência Negra e sim o dia da libertação dos escravos é o dia 13 de Maio. Pois foi em 13 de Maio de 1888 que foi assinada pela Princesa Isabel a Lei Áurea, lei essa que libertou os escravos. O que pouca gente sabe é que a Lei Áurea libertou somente 16% dos descendentes de escravos africanos trazidos para o Brasil. A realidade é que, em 1888, 84% dos afrodescendentes brasileiros já tinham sido libertados anteriormente, sobretudo graças às sucessivas leis emancipadoras e, também, à atuação das confrarias religiosas católicas que angariavam donativos para libertar escravos.
Em uma publicação no blog Monarquia Já podemos ver um trecho da Carta da então Princesa Isabel, datada de 11 de Agosto de 1889 endereçada ao visconde de Santa Vitótia onde é revelado o interesse de Dom Pedro II em prover condições dignas aos ex-escravos. O texto defende a indenização aos ex-escravos.
Segue a carta abaixo:
“Fui informada por papai que me collocou a par da intenção e do envio dos fundos de seo Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do anno passado, e o sigilo que o Snr. pidio ao prezidente do gabinete para não provocar maior reacção violenta dos escravocratas. Deus nos proteja si os escravocratas e os militares saibam deste nosso negócio pois seria o fim do actual governo e mesmo do Império e da caza de Bragança no Brazil. (…) Com os fundos doados pelo Snr. teremos oportunidade de collocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas proprias trabalhando na agricultura e na pecuária e dellas tirando seos proprios proventos. Fiquei mais sentida ao saber por papai que esta doação significou mais de 2/3 da venda dos seos bens, o que demonstra o amor devotado do Snr. pelo Brazil. Deus proteja o Snr. e todo a sua família para sempre!”
Três meses após a data dessa carta, a princesa e o Imperador foram depostos e desconhece-se o destinos dos tais fundos.
Fica a pergunta: Quem realmente lutou contra a escravatura?

Fontes:
Cartilha Monarquia


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